sexta-feira, 2 de julho de 2010

Coisas que Aquecem

Em momentos de dor e tristeza muitas vezes falamos e pensamos coisas que nem sempre estão corretas. Não sou dona da verdade e tenho apenas a minha perspectiva das coisas. Em nenhum momento me eximi de culpa. Mas falo e repito: num relacionamento que não da certo nunca erramos sozinhos.

Mas como escrevi no final das minhas lamúrias, quero acabar com todo esse sofrimento e dor, e uma das muitas formas de conseguir isso é vendo as coisas legais que estão acontecendo ao meu redor enquanto “choro”.


Quando tinha 15 anos conheci Alexandre. Feio, branco como leite, repleto de espinhas na cara, um bigodinho recém formado pela adolescência, um cabelo com um topete black terrivelmente horrível e magrela. Eu ainda tinha pensamentos que se misturavam entre criança e adulto, sem saber ao certo o que ou quem era. Uma típica adolescente. Mesmo não tendo essa definição, sabia que ele não era MESMO atraente. Mas alguma coisa atraia meu olhar pra ele. E era estranho que qto mais desviava o olhar, mais olhava... Vai entender.

Acho que ele deve ter pensado que eu estava paquerando ele, pq depois desse dia ele não largou mais do meu pé. E tanto insistiu e persistiu que namoramos. Era divertido. Passeávamos bastante. Conheci todos os shoppings de Sampa da época, comi coisas e em lugares diferentes... Por 9 meses foi assim até que sem motivos, terminei. Assim, do nada. E ele não veio atrás, então aparentemente foi bom pra ele tbm.

Nos encontramos novamente quando tinhamos 19 anos. Ele já não estava assim tão feio e já tinha um filho.

E a ultima vez que nos encontramos já tínhamos 24 anos. Estava diferente... Mais maduro, mas sem perder o jeito de moleque maluco. Depois desse ultimo encontro não nos vimos mais, nem nos falamos.



Sete anos se passaram.



Sexta-feira passada [25/06/2010] recebi um email:

Assunto: Sanny meu eterno anjo é você...

Corpo do e-mail: Eu para sempre vou te amar....porque só é possivel te amar.....adoraria te rever, te ter, comunicação via indio....qualquer coisa assim..."Pra ser sincero"



Era ele aparecendo novamente. Tanto tempo sem conversar, sem ver, sem ter notícias e ele ainda diz que vai me amar pra sempre. Doidinho como sempre.

Pouco depois ele entra no msn [nunca haviamos conversado por esse meio]. Conversamos rapidamente.



Sábado a noite na festa da cunhada a mesa vibra.

Torpedo: "Eu só quero que você saiba que eu estou pensando em você."



Adorável.

Pensei "Até quando vou viver nessa de quem eu quero não me quer e quem me quer... "



Domingo em casa a campainha sinalizando novo torpedo toca: “ Noite fria. Vontade de um abraço quente... Seu abraço quente com gosto e cheiro de um tempo inocente. Quem disse que o futuro não devolve o troco do passado." Apenas sorri e meneei a cabeça.



Ontem voltando pra casa pensando na semana dificil que passei toca o celular. Ele novamente. Eu me encontrava chorando e ele apareceu pra me fazer esquecer pelo menos por 15 min. a minha dor. Falei que não podia neste momento corresponder aos sentimentos e expectativas dele.



Já em casa, pronta para dormir chega outro: "64 km de congestionamento, Tim Maia no rádio.Eu tenho tanto calor pra compartilhar que gosto da idéia de me achar no teu olhar. Sonha Sanny, sonha vai."

Faz bem saber que existe alguém que não te esqueceu, que lembra da nosso namoro inocente de "criança" e que sente saudade. Aquece o coração.


Mas agora, e o medo que fica? Estou paralizada. Preciso enfrentar. Mas não agora.

Como uma frase que uma amiga me enviou hoje diz,


"Não ouse roubar minha solidão

se não fores capaz de me fazer real companhia"



Não quero algo que seja eterno enquanto dure. Quero que dure para que seja realmente eterno.

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