terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

.: Passado :.

A noite estava fresca e estrelada. Uma leve brisa deixava os braços e pernas de ambos arrepiados. Eles estavam numa praça no centro da cidade, ele em pé, se equilibrando, e ela sentada nas grades de um brinquedo infantil, precariamente abraçados.
Conversavam quase que por códigos. Hora em inglês, hora em libras. Riam e sorriam das confusões "linguísticas" utilizada por essa complicada comunicação, que era só deles.  Havia intimidade nas palavras, no carinho, no abraço. 
Enquanto ela acariciava o lóbulo de sua orelha, conversavam amenidades do cotidiano, coisas da vida, amores e desventuras. 
O tempo passava sereno enquanto conversavam. Ou mesmo quando ficavam em silencio observando o escuro céu.
Pessoas caminhando apressadas observavam o diferente casal, mas eles simplesmente ignoravam o que acontecia ao redor. Aquele momento era precioso. Único. 
Não havia preocupação. Não havia tempo ruim. Eram amigos. Amigos de verdade.

by A.


Já sentiu saudade do passado? Não que ele faça falta, mas saudade de quando você ficava horas e horas conversando com alguém, sem intenção, sem compromisso... Pois é. Foi assim que me senti.
É estranho ter tanto contato com alguém e por motivos tão banais, acabamos nos afastando.
Tenho saudade dos meus (antigos) amigos...

https://www.youtube.com/watch?v=vORBLyGEozo


terça-feira, 20 de maio de 2014

Voltando. Será?!

Faz tanto tempo que não escrevo que parece que nem sei mais como se faz. E ao mesmo tempo tenho sentido essa necessidade de voltar.
Senti saudade do tempo em que tinha aquelas agendas de papel que eu levava pra qualquer lugar escondido e escrevia até doer a mão.
Esse mês completou 15 meses de casados e posso dizer que sou muito feliz com o homem que escolhi e com o homem que me escolheu.
Nossa casinha está cada dia mais bonitinha, mas ainda faltam algumas coisas. Sinto falta dos armários da cozinha e de cadeiras para a mesa.
Nosso quarto falta apenas o criado mudo, mas a gente se vira com o criado de solteiro do marido. A cor destoa dos móveis, mas não me importo. É fabuloso viver com meu Amor.
Agora ele esta falando em começarmos, a partir de novembro, a produção dos nossos Pimentinhas.
Estamos deixando nas mãos de Deus, pois assim temos certeza que virá no momento certo, mesmo que a gente não ache que seja rs...
Gostaria de escrever como estão as coisas, o que temos feito durante a espera do Pimentinha I, mas não acredito muito que terei animo de fazer isso sempre. Mas vou tentar rs...
A priore, estou apenas lendo bastante a respeito e planejando construir um novo quartinho. O que desanima é saber que a casa vai ficar cheia de pó, como antigamente.
Vamos ver no que dá mais pra frente...

quarta-feira, 4 de julho de 2012

.: SMS :.

- Aconteceu algo extremamente maravilhoso!!
- Então me conta LOGOOO
- Você na minha vida!
- Bobo. O que mais aconteceu?
- É isso. É preciso mais? Eu respondo rs.. Não! Viver ao seu lado é viver no paraiso.

Mal sabe ele que ele é que é meu paraíso.

segunda-feira, 26 de março de 2012

.: De volta :.


Ele tinha apenas 18 anos quando se apaixonou.

Quando adolescentes, tínhamos um grupo musical, basicamente família: irmãos, primos, namorados... Meu pai queria que usássemos instrumental ao vivo, por isso chamou dois garotos da igreja pra tocar pra gente. Um deles, não sei como nem por que, se apaixonou por mim. Eu nem lhe dava atenção. Na verdade eu o achava muito esquisito... Sempre olhava como se estivesse com medo de mim... E eu gosto de pessoas de atitude, que tenham firmeza em seus modos, que saibam exatamente o que querem. E ele não demonstrava nada disso. Portanto, sem chance.
A única coisa que gostávamos em comum era a musica. Ou até onde o deixei falar, era o que eu sabia.

Uns anos trás o adicionei no msn. Não lembro como conseguimos o e-mail um do outro, até pq, na época q conversamos (na adolescência) ter internet em casa era privilégio de poucos.

Qdo morei no PR ele me enviava e-mails falando mal do meu time e sempre me deixava irritada. Qdo voltei pra SP conversávamos (sempre por msn) mas várias vezes desligava o computador falando “não sei porque que eu ainda converso com esse menino”.

Uns meses atrás ele começou a frequentar Vl Maria. E os papos se tornaram menos críticos (pq ele não gostava de nada, não aceitava bateria na igreja, era todo conservador e tradicional, nada prestava a não ser o que ele gostava... enfim...) e mais frequentes. Ele havia mudado. Estava muito diferente. Voltamos a falar sobre musica. Falou que estava gostando da VM, que o pensamento sobre a tal bateria tinha mudado, que D-s havia transformado o coração dele... E com essa mudança, nossos papos foram aumentando. E ai fui descobrindo coisas que já sabia, mas agora com mais detalhes. Ele lembrava quais roupas eu usava, o que fazia enqto conversava com minhas amigas (eram primas), quais filmes assistimos depois do ensaio, sabia o que gostava de comer... Ele foi absolutamente apaixonado por mim. E disse que por mais que ele gostasse de outras garotas, o ideal de mulher pra ele era eu. Foram 10 anos “esperando” por mim. Isso que estou escrevendo é pouco para os detalhes que me contou.

E ai, começamos nos falar durante o dia, a trocar e-mails, e ficar até a hora de dormir conversando. Nos tornamos amigos q compartilhavam todos os acontecimentos do dia e aí... Descobri um homem carinhoso, romântico, cuidadoso, trabalhador, temente a D-s, sincero, engraçado e sorridente por trás daquela cara de nerd.

Tempos depois nos reencontramos e o vi na igreja a primeira vez com outros olhos. Qdo sorriu pra mim, lá na frente com seu violoncello, parece que até meus olhos sorriram junto. Fui arrebatada por um olhar e um sorriso.

Sou “apaixonada” por um sorriso.

O romance esta em minha vida...

Me sinto bem mais leve.. rs...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

.: Só mais 10 minutinhos :.

Ela sente uma leve pressão em seu corpo. Em sua mente, ainda anuviada pelo sono, os pensamentos já estão a mil. As lembranças da noite anterior a faz sorrir.
Os corpos estão aquecidos de amor. O calor que os cerca é envolvente liberando odores convidativos.
O tempo para. Somente os sons do coração e respiração se ouve.
Ela se mexe aconchegando-se ainda mais ao corpo daquele que ama. Os pelos dele fazem leves cócegas em suas costas e mais uma vez sorri.
Ele é dela e ela é dele.
Não há necessidade de palavras.
Na escuridão daquele ninho de amor, verifica o relógio. Hora de sair da cama. Não existe nem a mínima vontade de sair dali.
Olha mais uma vez para o relógio. Só mais 10 minutinhos...


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

.: Completo :.


Havia uma costela que vagou por esse mundo por muito tempo. As vezes ela pensava que havia encontrado o peito certo pra morar, mas nenhum se encaixava perfeitamente a sua forma. Ou faltava espaço ou sobrava. Alguns até pareciam que dando uma lixadinha aqui um jeitinho ali poderia se encaixar. Não aconteceu.
Ela estava cansada de tantas batidas, lixadas e ajeitadas, porque a cada tentativa, parecia que sua forma real se deformava.
Mas um dia, um lindo dia, ela encontrou o peito onde encontrou a forma perfeita, o molde correto. Não precisou de reajustes. Era simplesmente "ele". Com suas curvas e encaixes.
E ela que pensava que nunca iria, finalmente encontrou sua parte. Seu corpo que lhe faltava.
Agora sim, corpo e costela andam onde sempre deveriam estar.

Amo ser a parte que te completa.
Amo ser cuidada por vc.
Amo ser sua Princesinha.

Meu corpo.

by A.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Diálogo


E foi então que apareceu a raposa:

- Boa dia, disse a raposa.

- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…

- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…

- Sou uma raposa, disse a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

- Ah! desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

- Que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?

- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços…"

- Criar laços?

- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…

- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…

- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…

- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:

- Num outro planeta?

- Sim.

- Há caçadores nesse planeta?

- Não.

- Que bom! E galinhas?

- Também não.

- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.

- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

- Por favor… cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…

No dia seguinte o principezinho voltou.

- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.

- Que é um rito? perguntou o principezinho.

- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar.

- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…

- Quis, disse a raposa.

- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

- Vou, disse a raposa.

- Então, não sais lucrando nada!

- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

- Adeus, disse ele…

- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…

- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.