segunda-feira, 11 de outubro de 2010

.: E Assim Deixou de Ser Criança :.

12 de Outubro de 1993.

Estava ansiosa. Agarrava-se a ele para disfarçar. Ele tentava olhá-la, mas ela só o abraçava. Seus pensamentos iam a mil. Tantos sentimentos, tantos pensamentos. A ansiedade crescendo.
Uma caricia em seu rosto e uma voz macia a fez relaxar um pouquinho. Olhou pra ele.
- Me dá um beijo.
O coração batia descompassado. Pensamentos, pensamentos, pensamentos. Estava atormentada.
- Me dá um beijo!
O que faria agora? Tentava mentalizar uma desculpa, ou um jeito de sair daquela situação. Mas ao mesmo tempo, aquele tempo que haviam passado juntos tinha sido tão bom que queria prolongá-lo mais um poquinho.
- Olha pra mim. Me dá um beijo.
O coração praticamente pulava pela boca e tudo o que fazia era uma reza balbuciada de olhos fechados tentando uma forma de sair de forma digna daquela situação.
- Me beija!
Então sentiu seu corpo se afastando do dele, e suas mãos em seu rosto, chegando de mansinho. A respiração dele se aproximou. E ela parou de respirar. Pânico.

Até sentir os lábios quentes daquele que insistia por um beijo em sua face. Um beijo que foi se aproximando onde jamais deveria ter chegado. Mas chegou. O rosto se afogueou. O coração parou. Suspirou. Gostou. E ela se deixou... Deixou-se levar por um beijo suave e apaixonado. Calmo. Delicado. Cheio de ternura. Era como um sonho. Deixou-se levar por aquele momento único da qual se lembraria pra sempre. O cheiro. O calor. As mãos. A boca. O sabor. Um sonho.
E como todo sonho, ela acordou. E o que era sonho se tornou uma dolorosa realidade quando percebeu que tudo não havia passado de uma terrível [e injusta] aposta.

[12\11\2008]
By A.

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