quarta-feira, 5 de maio de 2010

.:: Labirinto ::.


Ele havia entrado em lugares secretos onde nem ela conhecia em si. Labirintos de sentimentos e perversões nunca dantes revelados. Caminhos tortuosos de difícil acesso. Mas ele entrou. E ficou a desbravar, a pressionar, a descobrir. Embrenhavam-se juntos na mata escura daquela mente, e quanto mais longe iam, mais confuso e complicado ficava. Ela já se sentia cansada e perdida. Mas ele foi impiedoso. Continuou adentrando cada vez mais a fundo. Ferindo, Articulando. Punindo. E ela se perdendo mais e mais no labirinto de emoções.
Ela queria parar, mas ele teimava em continuar. O suor escorria na face de ambos. A exaustão tomava conta das emoções. E o labirinto prosseguia. Cada vez mais confuso, cada vez mais escuro. E em algum desses pontos escuros dos seus mistérios, ele desapareceu, deixando-a sozinha com seus conflitos e medos. No escuro e sem direção. Perdida.
Ela correu por entre as paredes ásperas de seu próprio labirinto, tateando na escuridão, procurando como voltar. Lágrimas de desespero escorriam por seu rosto. Um grito agoniado rasgava seu peito. Onde ele fora parar? Quem a salvaria dali?
Não havia ajuda. Não havia caminho de volta. Não havia luz.
Sucumbida em sua própria agonia, lançou-se nas folhas secas do labirinto. E em sua dor, entregou-se as trevas do seu sub-consciente, de onde não mais saiu.

by A.

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