quinta-feira, 8 de abril de 2010

.:: Unilateral ::.

Eu nunca, nunca acreditei em relacionamentos unilaterais.

Se te escrevo, preciso que você me responda. Se te ligo, preciso que seja educado. Se dou um presente, preciso que se mostre agradecido. Se te procuro e não te acho, preciso que me encontre. Se falo, preciso que me escute. Se peço conselho, preciso recebê-lo. Se penso em você, quero que pense em mim também. Se te abraço, quero ser abraçada da mesma forma. Se te envio um e-mail, preciso saber que leu e se importa. Se confio em você, preciso que confie em mim. Se sou fiel, preciso de sua lealdade.

Mas nem sempre é assim que acontece. Tantas e tantas vezes vamos atrás, ligamos, escrevemos, mandamos recado, scraps, na intensão que a amizade não se torne passado. Só que quando não temos retorno, aquela vontade de preservação começa a passar, até que tudo se extingue e sobram apenas [boas]lembranças.

Que bom que com D-s não é assim. Posso me esquecer de chamá-lo todos os dias, mas ainda assim Ele me procura. Posso traí-lo, mas Ele me perdoa. Posso até deixá-lo, mas Ele nunca me abandonará.

[22/06/2008]

Esses dias tenho pensado bastante na questão da unilaterialidade, lembrando desse texto que escrevi a bastante tempo atrás. Para que exista um relacionamento, é necessário que mais de uma pessoa aja. É como andar. Eu sou uma perna, e vc é outra. Com uma perna apenas, vc até consegue, mas é muito dificil, requer um esforço muito maior. O certo seria, eu dou um passo, vc dá outro. E assim sucessivamente. Ai sim, pode-se chamar de "caminhada". E relacionamento é isso: uma caminhada.

Eu quero caminhar, junto.
Quer ser minha outra perna?

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