Já não se reconhecia mais.
O tempo em que se sentia feliz com qualquer coisa passou.
E era feliz.
Sentia-se feliz em assistir ao pôr-do-sol ao lado de uma boa companhia. Não que
isso já não fosse mais interessante, mas simplesmente não acontecia.
Sentia-se feliz em comprar uma roupa nova. Não que agora não gostasse, mas pensa se a nova peça é realmente necessária.
Sentia-se feliz em fazer novos amigos. Não que agora não gostasse mais, mas, cadê o tempo?
Ficava feliz com a expectativa de um telefonema. Não que ainda não esperasse,
mas pensava que se alguém ligasse, não poderia manter a conversa por muito tempo.
Ficava feliz em fazer planos, voar alto, sonhar. Não que agora não sonhasse mais, mas seu sonhos eram apenas por uma fração de segundos, enquanto firmava o pé novamente no chão.
Agora, buscava sempre por mais, mas sempre ficava no menos.
Não tinha mais amigos. Não tinha mais tempo. Não tinha mais amores.
Caminhava só, com o pensamento na agenda que deveria cumprir.
Ao olhar o porta-retrato em cima da mesa, via apenas um alguém sorrindo.
Nem sabia o que era isso. Não havia mais tempo para superficialidades.
By A.
[05/03/2007]
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
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