Tudo indicava que aquele seria um dia dos namorados como outro qualquer.
Já acordou irritada. Tomou seu banho, fez aquela maquiagem, vestiu botas, cachecol, uma capa preta e, antes de sair de casa, publicou seu ódio por esse dia no twitter e MSN.
Durante as horas de trabalho, olhou alguns rostos bonitos e pensou “por que eles não olham para mim?”.
Mais um dia dos namorados sem namorado. Já estava acostumada. Odiava o dia dos namorados. Odiava casais felizes exibindo seus sorrisos e presentes para quem quisesse ver. Odiava ter que presenciar a felicidade dos outros enquanto ela ficava sozinha sonhando com o dia que esse ódio passaria. Ela havia recebido convites, mas os recusara. De que adianta sair com pessoas que não lhe despertava interesse? Que não conseguiriam calar a solidão em seu peito? Tarde longa. As horas passavam e nada indicava um fim diferente.
Até que a noite chegou trazendo com ela um convite: “Vamos ao jantar dos namorados comigo?”
Há tempos atrás ela o havia visto na casa da prima. Garoto estranho, magrela, com um sorriso enorme e que não parava de olhar. Mas ela nem lhe deu atenção. Sendo amigo de quem era, nem queria saber.
E agora, ali estava ele, com um sorriso envergonhado, curvado no vidro do carro fazendo o convite. Por um momento processou a informação. O desconhecido garoto parecia mais amedrontado que ela. Pensou novamente. Comida boa e de graça... Pleno sábado à noite e ela indo pra casa... Por outro lado, teria que agüentar os pós comentários dos amigos e familiares que assistiam tudo de camarote. Pensou, pensou e pensou... E resolveu aceitar.
Ambiente romântico. Pizza, luz de velas, corações, fotos, timidez e conversas.
Para sua surpresa, ele conversava e sorria com autoridade. Era inteligente. Tinha conteúdo. Falava sobre tudo. E de repente viu-se encantada pelo desconhecido. Magicamente a noite transformou-se. Era toda sorrisos. Passara o dia odiando o que mesmo?
Voltou para casa sorrindo. E quando já se preparava para deitar, um torpedo: “Obrigado pela companhia”.
Deu-se então o início a uma seqüência de torpedos, emails e telefonemas trocados. Noites com longas conversas. Depoimentos bonitinhos no Orkut. Um encontro. Dois encontros. E outros... Mais outros... Presentes. Minutos contados. Sorrisos. Um pedido de namoro.
O que parecia que se tornaria um grande desastre tornou-se sua alegria.
Odiava o dia dos namorados, mas foi nele que reaprendeu a sorrir. Odiava o dia dos namorados, mas foi nele que seu coração aqueceu. Odiava o dia dos namorados, mas foi nele que encontrou o seu.
Quando menos se espera, ela te encontra. Quando pensa que não há saída, não há lugar, não há solução, não há mais onde procurar, ela te encontra. Não ouse fechar os olhos. Ela está bem ali, no óbvio ou no escondido, no claro ou na escuridão, na esquina ou a distancia... Ela está. Ela existe. Ela vive...
Quando menos se espera...
De onde menos se espera...
A felicidade.
Bey, estou muito feliz por ter encontrado, por ter olhado, por não ter se importado com comentários, por ter ousado. Feliz por encontrar alguém que a faça sonhar, que te faça sorrir, que compartilhe, que tenha pulso e coragem de assumir o que sente. Feliz por sua felicidade. E que esta não seja passageira.
E mesmo que passe, estou feliz porque essa felicidade personificada já te tem feito sonhar sonhos maiores e melhores.
Te amo!
domingo, 11 de julho de 2010
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