domingo, 20 de junho de 2010

.: Brasil :.


O salão está cheio. Homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens. Acima do verde e amarelo predominante, das fitas, bandeiras, cornetas, apitos e sons, posso ver a ansiedade no olhar de cada expectador. Olhares fascinados, concentrados, vidrados. Vez ou outra se ouve um “uuuhhhhhh...” O garoto de boné com duas bandeiras cruzadas na testa roe as unhas. A grávida mastiga um apito que deveria ser usado. O de peruca verde cruza os braços na frente do corpo. Aquela que voltou a pouco do exterior apóia-se na cadeira da frente. As crianças trocam os olhares distraídos entre a tela e os outros coadjuvantes. O refrigerante fica quase esquecido nos copos. Até a menina que nem gosta de futebol está ali, sentada na primeira fila de bancos.
Na tela, os protagonistas correm pelo gramado. Pequenos pontos que vão de um lado para o outro apanham da famigerada Jabulani, ainda provocando ansiedade aos expectadores.
Do lado de cá resmungos, reclamações, vozes alteradas.
Do lado de lá bolas roubadas, faltas, contusões, bola na área, trombadas, brigas, discussões, cartões... Expectativa. Silencio. Jabulani rolando. E ela vai chegando, chegando e de repente o que era ansiedade e murmúrio se transforma em pulos e abraços e riso. Cornetas e apitos entram em ação.
O que vejo? União, mesmo que momentânea. Um mundo inteiro parado pra ver seu país jogando. Unido com as mesmas expectativas e um mesmo objetivo: ganhar a taça.
Fico pensando no quanto seria bom se isso acontecesse mais vezes, mais momentos de sorrisos, mais momentos de abraços, momentos de felicidade, momentos de expectativas, de compartilhamento de sonhos. Pensando no quanto seria bom unir pessoas com objetivos em comum, mesmo sendo tão diferentes. Homens, mulheres, adolescentes, crianças...
Em época de copa, tudo o que consigo ver ao ver todos aqueles rostos em verde e amarelo é a união que deveríamos ter todos os dias, não apenas aquele momento.
Era algo que deveria durar pra sempre!

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